8.1.07

O cura e o barbeiro

Talvez a melhor coisa que eu tenha lido na vida seja justamente o mote pra o que eu pretendo fazer aqui. No Dom Quixote, a loucura do fidalgo é diagnosticada como culpa dos livros de cavalaria que ele lia. E aí o Cervantes faz uma delícia de capítulo em que o cura e o barbeiro de La Mancha invadem a biblioteca do biruta e, ali, iniciam uma queima das obras. Só que a dupla é seletiva. Conforme os livros vão aparecendo, eles escolhem o que deve ou não ir pro fogo. São, de certa forma, críticos literários. É uma sacada brilhante do Cervantes. Ele reinventa a Literatura ao criar um texto magnífico e, não satisfeito, discute a influência dos livros dentro do próprio texto.

Como não tenho a mínima condição intelectual (argh, isso soa horrível) de ser como Cervantes, o jeito é apelar para a tática do cura e do barbeiro. Confiando apenas no meu gosto, sem bases teóricas (argh, mais horrível ainda), vou bobageando sobre aquilo que me agrada ou não. É meu jeito de decidir o que vai ou não pra fogueira. É, vá lá, o único jeito.

2 Comments:

Blogger Gabi Voskelis said...

fiquei com vergonha de não ter escrito o que eu vou fazer aqui... mas agora já foi, e acho que já deu pra perceber... hehe

09:02  
Anonymous Anônimo said...

amei a idéia do blog. serei leitora assídua!!!

bêjo pros dois


Camelie

13:23  

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